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O presente texto, que advém fragmentos de dissertação e tese de doutorado dos autores, que foram defendidas e aprovadas no Programa de Pós-graduação em Memória e Linguagem, na Universidade do Sudoeste da Bahia (UESB), trata do ex-voto como objeto da memória coletiva e medium que transita em processos disciplinares e científicos engajados no escopo da Memória Coletiva como delineado pelo teórico francês Maurice Halbwachs na década de 1930, e, por outro lado, no processo folkcomunicacional, defendido pelo teórico brasileiro Luiz Beltrão, na década de 1960, quando defendeu o ex-voto como objeto que as pessoas colocam em salas de milagres, cemitérios ou cruzeiros, em louvor por um bem recebido, e que, portanto, leva informações individuais e coletivas ao público, tornando-se um meio de grande valor para dar voz às pessoas que não possuem acesso aos media mais tradicionais, e que, por consequência conquistam a liberdade, em espaços abertos, em disseminar informações da vida, do trabalho, da educação formal, do amor, do livramento da morte. O objetivo é apresentar o ex-voto, na perspectiva da folkcomunicação, como fonte para a memória coletiva, pelo potencial que ele possui, e que, à luz do que preconizou Halbwachs, as pessoas mais discretas trazem à sociedade informações e expressões que enaltecem a memória individual e coletiva.