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A memória manicomial tende a ser fragmentada e socialmente desprezada por corresponder a grupos de pessoas historicamente marginalizadas. Tal realidade dificulta a constituição de identidades e o acesso à cidadania por pessoas em estado de sofrimento mental esquecidas e silenciadas em instituições de tratamento psiquiátrico. Este trabalho objetiva refletir acerca das possibilidades de reconstrução de uma memória manicomial a partir das informações registradas em acervos de instituições manicomiais sob a perspectiva social da Ciência da Informação. Trata-se de um estudo de caso, de cunho descritivo, baseado nas atividades de preservação (conservação, organização e digitalização de acervos institucionais) da memória manicomial realizadas no âmbito do projeto de extensão “Saúde Mental e Justiça: desenvolvimento de um ambiente digital para a disseminação e ressignificação da informação e memória a partir do acervo arquivístico da Penitenciária de Psiquiatria Forense da Paraíba (PPF/PB)”. Constata que as atividades do Projeto, como a conservação de suportes, a organização e a digitalização dos documentos, auxiliam a preservação das informações do acervo da Penitenciária de Psiquiatria Forense da Paraíba de modo a contribuir para a salvaguarda do acervo. Desse modo, novas pesquisas sobre a assistência manicomial podem ser realizadas a fim de perpetuar e disseminar informações que ajudem a compor uma memória manicomial paraibana.