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O processo de licenciamento ambiental para grandes projetos, cujos impactos sobre o meio ambiente são notórios, tem levado, em particular, mas não exclusivamente, no caso de sítios arqueológicos, à produção de diversas coleções e, ao mesmo tempo, a questões relacionadas às comunidades impactadas. Uma resposta às reivindicações de populações locais, diante da retirada massiva de evidências culturais do passado, tem sido a criação de museus nessas comunidades, como forma de mitigar os efeitos negativos dos megaempreendimentos, mas também como maneira de proporcionar a essas comunidades aparatos culturais que, ao menos teoricamente, poderiam contribuir para transformações sociais em prol das mesmas. Todavia, esta solução-museu tampouco está isenta de problematizações. Em vista disso, propomos apresentar um breve panorama sobre licenciamento ambiental e sua relação com o patrimônio cultural, as políticas públicas, os procedimentos de museificação e de patrimonialização. Nosso objetivo, fundamentados nos princípios da museologia e do patrimônio, é refletir criticamente sobre tais procedimentos e, especialmente no caso dos museus, mostrar que a mesma solução apresenta diferentes níveis e graus de funcionamento.