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A disputa eleitoral para a presidência do Brasil em 2018 foi marcada por uma acentuada polarização político-ideológica entre a extrema direita e a esquerda, reforçada ainda mais através das redes sociais on-line. Tais plataformas não serviram apenas para anunciar as propostas de governo dos candidatos, mas também para, através da disseminação de fake news, confundir e desinformar os eleitores, reforçando ainda mais as estratégias de desinformação que têm marcado a era atual da pós-verdade. A partir da análise de um conteúdo falso usado contra o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, o objetivo deste trabalho foi mostrar como, na fabricação das fake news, são incorporadas as marcas do jornalismo com a intenção de que aquelas sejam tomadas como verdadeiras. Além da Análise Crítica do Discurso, o estudo usou a metodologia que, considerando a tipologia dis-information, mis-information e mal-information, se propõe a analisar as diferentes fases e elementos que caracterizam a desordem informacional. No ambiente já tenso das últimas eleições brasileiras para o Executivo federal, o uso das redes sociais on-line para confundir os tênues limites contemporâneos entre verdade e mentira resultou em ganhos políticos expressivos.

Fake news; Pós-verdade; Eleição presidencial; Redes sociais online; Jair Bolsonaro.