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Os usuários, nos últimos anos, têm se tornado agentes centrais para as práticas dos arquivos e para os próprios paradigmas surgidos na Arquivologia contemporânea. Porém, nem todos partem da mesma realidade material e subjetiva para acessaram espaços como o próprio arquivo, pois ao analisar a realidade por meio do materialismo histórico e dialético, sob o viés da conexão entre classe, raça, gênero e orientação sexual, percebemos que os indivíduos, no capitalismo, possuem oportunidades desiguais para a efetivação de direitos. Portanto, compreendendo o papel do arquivo em garantir a justiça social, a presente pesquisa tem como objetivo demonstrar a importância das categorias sociais de classe, raça, gênero e orientação sexual em estudos de usuários nos arquivos para identificar se essas categorias, também, podem contribuir para o não acesso aos arquivos. Para isso, foi realizada pesquisa bibliográfica que sustente a indicação das categorias sociais utilizadas no estudo de usuário de caráter social. Também, por meio de estudo de caso, aplicamos um questionário baseado nestas categorias aos usuários consulentes do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul. Demonstrou-se que há diversas potencialidades na utilização de categorias sociais para a caracterização do perfil de usuários de arquivo, pois, através dos dados coletados, foi possível mensurar se a falta  de  acesso ao arquivo pode estar relacionada com as desigualdades estruturais observadas na sociabilidade contemporânea, auxiliando também na elaboração de alternativas que possam superar essa realidade.