Sistema Eletrônico de Administração de Conferências ANCIB, XXIV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

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COLONIALISMO DIGITAL: UMA VISÃO DOS MOTORISTAS
Cayley Guimarães, Maria Aurea Montenegro Albuquerque Guerra

Última alteração: 2025-02-06

Resumo


Introdução: as plataformas digitais que fazem a mediação de oferta de serviços, como a Uber, deterioram as já precárias condições de trabalho. Se por um lado elas vendem possibilidades de avanços nos serviços, em múltiplas dimensões, por outro reproduzem aspectos de colonização do Norte Global, implementados por meio da exploração intensiva e em grande escala de dados e informações com o uso de tecnologias digitais de informação e comunicação. Este processo é denominado de “uberização” da economia. Tem-se, então, uma prática hegemônica que configura um colonialismo, agora digital, cujos mecanismos devem ser estudados e combatidos. Objetivo: Este relato apresenta o levantamento e a análise das qualidades relacionais - aquelas que surgem no cotidiano de uso e das interações - entre a Uber e os motoristas, com foco nas práticas colonizadoras. Metodologia: um questionário online solicitando aos motoristas o relato de ocorrências relacionadas ao uso da Uber, na forma de incidentes críticos, foi respondido por dez pessoas, de forma anônima e voluntária; os dados foram analisados usando as qualidades relacionais. Resultados: os motoristas participantes apontam para um trabalho perigoso e precário, para a falta de transparência, para a subordinação, a dependência, o controle e a manipulação pela empresa, entre outros problemas. Considerações finais: os incidentes relatados pelos motoristas da Uber mostram exploração e prática de colonização digital que devem ser estudadas e combatidas. A partir do levantamento dessas realidades, apresentam-se ações ad Hoc de caráter anti-colonial,  por exemplo, a inclusão das relações sistêmicas nos estudos de uso e usuários de plataformas.

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